E pronto, amanhã é oficialmente o meu último dia de trabalho. Quatro anos e quatro meses depois, deixo o laboratório e fico oficialmente desempregada. E começo a escrever os capítulos que me faltam da tese.
É muito estranho, um sentimento agre-e-doce. Por um lado estou doida para acabar isto, por outro, são mais de quatro anos a ver as mesmas pessoas, que deixarei de ver diariamente e de quem terei saudades. Deixarei de ter a rotina de ir todos os dias para o lab, a rotina que me acompanhou nos ultimos anos, para ter de arranjar outra: a da escrita. E ainda vou ter de determinar o poiso certo para a escrita, para quando em casa nao estiver a render: ando indecisa entre a biblioteca principal da universidade ou a do hospital. Talvez alterne entre as duas, logo se vè. Amanhã vou empacotar tudo e despedir-me das pessoas. É muito estranho.
Agnes: thanks. A minha ideia é ficar por cá pelo menos mais um ou dois meses (dependendo de arranjar emprego entretanto), mas por enquanto ainda vou estar envolvida numas ultimas experiencias e a receber resultados (do pessoal com quem trabalho no LUMC). A minha parte prática acabou, mas nao a parte deles (o meu phd é em parceria com o LUMC, e é lá que o que eu desenvolvi tem de ser definitivamente testado). Decidi ficar por cá a escrever (em vez de ir para PT), para me obrigar mesmo a escrever sem procrastinação (em PT seria um descalabro). A ver vamos.
Estamos por aqui, a torcer e a oferecer ouvidos quando a tese estiver a dar contigo em doida. Disparatar faz (quase) sempre bem *
(tinha feito um comentário ali em baixo, sobre como o teu cóccix é muito mais jeitoso e portátil que uma nossa senhora que muda de cor, mas puft, desapareceu)
Boa sorte para o dia de hoje! Eu acho que percebo como te sentes, por um lado é andar em frente, mas por outro é deixar as pessoas com que partilhámos tantas coisas.
Eu percebo-te. Quando fiz a minha última experiência fiquei com um "ooh" na boca. Depois passei dois dias com uma branca descomunal. Comecei pelo capítulo mais simples e voilá! Um já está. Dá sempre aquela motivação para o próximo, nos primeiros dias. Não me queixo de escrever a tese no mau sentido. É um misto de sensações: um "oh, está a acabar" e o "woow, está a acabar". Confesso que o futuro deixa-me apreensiva mas no meio de tanta letra arial, acredita, não te vais lembrar profundamente disso. Força ai!
Sais literalmente com um "amargo de boca" mas com os dedos todos :)
Agora é poupar nas economias (que as tens certo?)e logo logo temos Luna a trabalhar precisamente naquele sítio que ela queria, a fazer exactamente aquilo para que se preparou.
Creio que a lei não difere muito, a maior diferença é que aqui PhD é um trabalhador e nao um estudante, e pagamos 1/3 do que ganhamos em impostos, e como tal temos direito a um mes por ano de trabalho a subsídio de desemprego. 4 anos = 4 meses.
Em Portugal não é um estudante, é um bolseiro de investigação científica (aplica-se o regulamento específico dos ditos). E isto aplica-se a bolseiros de mestrado (coisa quase inexistente, se é que existe de todo), doutoramento ou pós-doc. Direito a subsídio de desemprego não existe. Só subsídio de doença e parentalidade. Mas também pagamos zero de impostos de rendimento e o que pagamos de segurança social é-nos reembolsado, por isso para um estudante de mestrado ou doutoramento não me parece que seja assim tão mau negócio (tirando o problema da reforma, pois descontamos como se ganhássemos 438€ mensais o que pesará no cálculo de uma futura pensão, mas também são 3, 4 ou 5 anos, numa vida ativa de 40 ou mais anos) - para os pós-doc é que a situação já é mais complicada, pois anda-se de bolsa em bolsa sem proteção social contra o desemprego nenhuma (e continua-se a descontar como se se ganhasse 438€ mensais).
Para um trabalhador «comum» com 4 anos de emprego acho que já se consegue ter subsídio de desemprego durante bastante mais de 4 meses (correndo o risco de estar errado, é possível que já se tenha direito ao período máximo previsto por lei).
AHHH, e boa sorte para a escrita da tese e a procura de emprego. Também já praticamente me decidi ficar pelos EUA enquanto andar a escrever a tese (mesmo que isso me custe os olhos da cara), pois quando estou em Portugal é para estar de férias, mesmo que a intenção seja trabalhar :)
Um acrescento: eu faço a distinção entre um estudante e um bolseiro, pois um estudante pode trabalhar por fora e até tem um estatuto especial junto da universidade por fazer isso, para lhe facilitar a conciliação das duas coisas. Já um bolseiro quase só pode ser bolseiro (com o novo regulamento cada vez tem menos opções) e praticamente tudo que fizer por dinheiro tem que ser por debaixo da mesa, pois o estatuto não lhe permite acumular funções (nem que seja lavar escadas ao fim-de-semana).
aqui eu sou, ou melhor, era "empregada da universidade" com um contrato de prazo limitado. E como tal paguei 32% de impostos desde o primeiro ano (ficando com um salário real menor do que a bolsa da fct para o estrangeiro, nos primeiros 3 anos, no ultimo ganhei um bocadinho mais - aqui o salário sobe a cada ano).
de qualquer forma, legalmente, terei direito a 75% do salário durante 2 meses, e 70% nos seguintes.
Eu não planejo mais de 2 meses desempregada, mas nunca se sabe. Vamos lá a ver.
Eu não planeio, Eu não planeio, Eu não planeio, Eu não planeio 100x Luna Maria, qu'isto aqui, despite abominável Acordo Ortográfico, ainda não é o Brásiú.
Luna, boa sorte. Não a conheço, nem me conhece, mas sei o que é estar desempregado. Força com a tese e espero, muito sinceramente, que tudo lhe corra bem. Bj
Essa fase é difícil. Talvez até seja a mais fácil de se fazer mas dificil psicologicamente. Deu quase comigo em doida e ainda tenho algumas marcas. Ptto se em algum momento te sentires a ir abaixo das canetas, força aí. .. grita, esperneia, fala com quem já por lá passou e lembra-te que às vezes qto mais perto do fim estamos mais longe nos parece... e já todos passamos por isso e sobrevivemos. Abraço de uma estranha mas pronto... vale o k vale.
Como te sentes Luna? Aliviada, apreensiva, um misto de tudo?
ResponderEliminarBoa sorte para o resto da tese.
Boa sorte para o resto da tese e bom resto de estadia aqui pelas tulipas ;)
ResponderEliminarÉ muito estranho, um sentimento agre-e-doce. Por um lado estou doida para acabar isto, por outro, são mais de quatro anos a ver as mesmas pessoas, que deixarei de ver diariamente e de quem terei saudades.
ResponderEliminarDeixarei de ter a rotina de ir todos os dias para o lab, a rotina que me acompanhou nos ultimos anos, para ter de arranjar outra: a da escrita.
E ainda vou ter de determinar o poiso certo para a escrita, para quando em casa nao estiver a render: ando indecisa entre a biblioteca principal da universidade ou a do hospital. Talvez alterne entre as duas, logo se vè.
Amanhã vou empacotar tudo e despedir-me das pessoas. É muito estranho.
Agnes: thanks. A minha ideia é ficar por cá pelo menos mais um ou dois meses (dependendo de arranjar emprego entretanto), mas por enquanto ainda vou estar envolvida numas ultimas experiencias e a receber resultados (do pessoal com quem trabalho no LUMC). A minha parte prática acabou, mas nao a parte deles (o meu phd é em parceria com o LUMC, e é lá que o que eu desenvolvi tem de ser definitivamente testado).
ResponderEliminarDecidi ficar por cá a escrever (em vez de ir para PT), para me obrigar mesmo a escrever sem procrastinação (em PT seria um descalabro).
A ver vamos.
Bem essa parte do desemprego é q é mais chata. Mas olha, boa sorte com a tese e com a procura de emprego.
ResponderEliminarAs alterações nas nossas rotinas acabam sp por custar um bocado.
boa sorte para a nova fase da tua vida! bjinhos
ResponderEliminarBoa sorte para a escrita! E para arranjares emprego!
ResponderEliminarEstamos por aqui, a torcer e a oferecer ouvidos quando a tese estiver a dar contigo em doida. Disparatar faz (quase) sempre bem *
ResponderEliminar(tinha feito um comentário ali em baixo, sobre como o teu cóccix é muito mais jeitoso e portátil que uma nossa senhora que muda de cor, mas puft, desapareceu)
Boa sorte, é a parte mais difícil, é preciso muito método e determinação, mas tu consegues, claro.
ResponderEliminarDigo-te: é possível!!
Boa sorte para o dia de hoje!
ResponderEliminarEu acho que percebo como te sentes, por um lado é andar em frente, mas por outro é deixar as pessoas com que partilhámos tantas coisas.
Que tenhas um bom dia, então. Um novo ciclo :)
ResponderEliminarEntão parte uma perna nisso de arranjar emprego e de escrever para a tese!
ResponderEliminarYay...
ResponderEliminarPortanto agora é a tua vez de levares um bolo muita ruim e obrigá-los a comer :)
ResponderEliminarbons inícios!
E isso é bom ou mau? Anyway muita sorte nesta nova fase!
ResponderEliminarEu percebo-te. Quando fiz a minha última experiência fiquei com um "ooh" na boca. Depois passei dois dias com uma branca descomunal. Comecei pelo capítulo mais simples e voilá! Um já está. Dá sempre aquela motivação para o próximo, nos primeiros dias. Não me queixo de escrever a tese no mau sentido. É um misto de sensações: um "oh, está a acabar" e o "woow, está a acabar". Confesso que o futuro deixa-me apreensiva mas no meio de tanta letra arial, acredita, não te vais lembrar profundamente disso. Força ai!
ResponderEliminarSais literalmente com um "amargo de boca" mas com os dedos todos :)
ResponderEliminarAgora é poupar nas economias (que as tens certo?)e logo logo temos Luna a trabalhar precisamente naquele sítio que ela queria, a fazer exactamente aquilo para que se preparou.
Miainada, exclamo
Tenho economias e, por lei, direito a 4 meses de subsídio de desemprego. :)
ResponderEliminarBoa sorte para tudo, Luna!
ResponderEliminarÉ boa ideia não escrever o resto da tese em PT: seria sem dúvida uma desconcentração.
São só mais uns meses.
4 meses, ai que d'El Rey! Imagino se fosse em Portugal.
ResponderEliminarCreio que a lei não difere muito, a maior diferença é que aqui PhD é um trabalhador e nao um estudante, e pagamos 1/3 do que ganhamos em impostos, e como tal temos direito a um mes por ano de trabalho a subsídio de desemprego. 4 anos = 4 meses.
ResponderEliminarEm Portugal não é um estudante, é um bolseiro de investigação científica (aplica-se o regulamento específico dos ditos). E isto aplica-se a bolseiros de mestrado (coisa quase inexistente, se é que existe de todo), doutoramento ou pós-doc.
ResponderEliminarDireito a subsídio de desemprego não existe. Só subsídio de doença e parentalidade. Mas também pagamos zero de impostos de rendimento e o que pagamos de segurança social é-nos reembolsado, por isso para um estudante de mestrado ou doutoramento não me parece que seja assim tão mau negócio (tirando o problema da reforma, pois descontamos como se ganhássemos 438€ mensais o que pesará no cálculo de uma futura pensão, mas também são 3, 4 ou 5 anos, numa vida ativa de 40 ou mais anos) - para os pós-doc é que a situação já é mais complicada, pois anda-se de bolsa em bolsa sem proteção social contra o desemprego nenhuma (e continua-se a descontar como se se ganhasse 438€ mensais).
Para um trabalhador «comum» com 4 anos de emprego acho que já se consegue ter subsídio de desemprego durante bastante mais de 4 meses (correndo o risco de estar errado, é possível que já se tenha direito ao período máximo previsto por lei).
AHHH, e boa sorte para a escrita da tese e a procura de emprego. Também já praticamente me decidi ficar pelos EUA enquanto andar a escrever a tese (mesmo que isso me custe os olhos da cara), pois quando estou em Portugal é para estar de férias, mesmo que a intenção seja trabalhar :)
Um acrescento: eu faço a distinção entre um estudante e um bolseiro, pois um estudante pode trabalhar por fora e até tem um estatuto especial junto da universidade por fazer isso, para lhe facilitar a conciliação das duas coisas.
ResponderEliminarJá um bolseiro quase só pode ser bolseiro (com o novo regulamento cada vez tem menos opções) e praticamente tudo que fizer por dinheiro tem que ser por debaixo da mesa, pois o estatuto não lhe permite acumular funções (nem que seja lavar escadas ao fim-de-semana).
asmelhoresfrancesinhas:
ResponderEliminarobrigada pelo esclarecimento.
aqui eu sou, ou melhor, era "empregada da universidade" com um contrato de prazo limitado. E como tal paguei 32% de impostos desde o primeiro ano (ficando com um salário real menor do que a bolsa da fct para o estrangeiro, nos primeiros 3 anos, no ultimo ganhei um bocadinho mais - aqui o salário sobe a cada ano).
de qualquer forma, legalmente, terei direito a 75% do salário durante 2 meses, e 70% nos seguintes.
Eu não planejo mais de 2 meses desempregada, mas nunca se sabe. Vamos lá a ver.
afinal até tenho direito a 5 meses de subsídio, porque contam os anos em que se trabalhou: 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012.
ResponderEliminarYay. :)
Vê lá se não gastas tudo em vinho! Ou schnaps ou lá o que é que se bebe aí.
ResponderEliminar(e vê lá se tiras uma semaninha de férias, papo para o ar, livros, coisas boas)
Eu não planeio, Eu não planeio, Eu não planeio, Eu não planeio 100x Luna Maria, qu'isto aqui, despite abominável Acordo Ortográfico, ainda não é o Brásiú.
ResponderEliminarHum
sou emigra, dá-me lá o desconto.
ResponderEliminarLuna, boa sorte. Não a conheço, nem me conhece, mas sei o que é estar desempregado.
ResponderEliminarForça com a tese e espero, muito sinceramente, que tudo lhe corra bem. Bj
Muito boa sorte e ânimo nessa escrita. O inDesign está aui a postos!
ResponderEliminarboa sorte, luna :) e sim, deve ser uma sensação estranha. que corra tudo bem.
ResponderEliminarBoa sorte!
ResponderEliminarEssa fase é difícil. Talvez até seja a mais fácil de se fazer mas dificil psicologicamente. Deu quase comigo em doida e ainda tenho algumas marcas. Ptto se em algum momento te sentires a ir abaixo das canetas, força aí. .. grita, esperneia, fala com quem já por lá passou e lembra-te que às vezes qto mais perto do fim estamos mais longe nos parece... e já todos passamos por isso e sobrevivemos. Abraço de uma estranha mas pronto... vale o k vale.
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