26 de junho de 2013

Disclaimer

Eu não sou médica, nem sou oncologista, e nem sequer sou imunologista, sou apenas uma "formulation scientist" especializada em "drug delivery" que calhou ter estado a trabalhar em conjunto com o grupo de tumor immunology durante os últimos anos no desenvolvimento da formulação de uma vacina, pelo que conheço a área, embora não sendo especialista na mesma.

Evito sempre falar nestes tópicos porque já sei que de cada vez que o faço começo a receber e-mails com pedidos de informação e/ou conselhos, que seria negligente, senão criminoso, da minha parte dar. Percebo que no desespero algumas pessoas resolvam recorrer a mim por impulso, e temo sempre parecer rude ou insensível - não sou, até porque é doença que tem atacado valentemente a minha família próxima. Mas a verdade é que não me cabe de todo a mim avaliar as situações particulares de cada um e aconselhar sobre o caminho a seguir, e nem sequer informar, porque é um assunto que não domino com a profundidade necessária para o fazer, especialmente a nível clínico, dado que trabalhamos a nível pré-clinico e com ensaios ainda na fase dos ratinhos. E mesmo que fosse médica ou trabalhasse em ensaios clínicos também não daria consultas por mail.

Posto isto, quis apenas esclarecer que o tratamento não é tão milagroso quanto a parte que vi da reportagem fazia crer, nem os nossos médicos são bichos papões que querem que as pessoas morram, e que tudo depende de caso para caso, pelo que as pessoas se devem tentar esclarecer com os seus médicos sobre a viabilidade do tratamento no seu caso, e junto aos profissionais da clínica da Alemanha.

Quem tiver realmente interesse em informar-se sobre os pormenores encontrará toneladas de informação sobre o assunto, inclusive nos sites das clinicas e através da pessoa que apareceu na reportagem e cujo trabalho é exactamente esclarecer e informar os potenciais pacientes:


Por fim queria apenas lembrar que quando disse que se tivesse tempo e paciência voltaria ao assunto, isso quer dizer que é algo que requer tempo e trabalho a preparar, pelo que se ainda não o fiz no blog, também não faz muito sentido ir fazê-lo em privado e individualmente por email. Quando e se o fizer, será para todos ao mesmo tempo.

1 comentário:

  1. Achei que a entrevista foi mal conduzida e bastante tendenciosa, não houve um debate real entre os prós e os contras. Chegou a ser pouco informativa porque a certa altura pareceu que queriam todos julgar o médico que defendia também a químio terapia. Concordo plenamente com o que aqui foi dito e acho que para já ainda há um grande caminho a percorrer e é preciso entender que como a própria quimio terapia não pode ser um tratamento chapa 0 para todos os doentes, as células dendriticas também não o serão. Cada caso é um caso.

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