1 de junho de 2014

Pois, acontece que isto muito dificilmente aconteceria a um homem...

36 comentários:

  1. Claro que não porque os homens são, fisicamente, mais fortes... E por serem fisicamente mais fortes são os que morrem em cenários de guerra e em minas, por exemplo... (Hum? Como assim não tem nada a ver? Não falamos de desigualdade de género?)

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    1. Claro, as mulheres (e as crianças, e os velhos) nunca foram vítimas em cenários de guerra. Serra Leoa: exércitos de crianças. África em geral: mulheres e crianças raptadas para escravidão sexual a soldados. Mulheres violadas e mortas por soldados. Mulheres e crianças rebentadas por minas. Isto não acontece.

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    2. E não é preciso chegar a África: Kosovo, Sérvia, Croácia: mulheres violadas por tropas da etnia "inimiga". E mortas, também.

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    3. (é a última, juro)
      NM, faz-te associada da amnistia, contribui e recebe a revista; lê-a. Depois conversamos.
      Outra: Sudão. Enquanto os homens brincam aos senhores da guerra, são as mulheres e as crianças as maiores vítimas, de violação, violência, fome, perseguição. HIV que apanham, e transmitem aos filhos da violação. África dava toda uma tese, mas repito: na Europa passa-se, também. Esperemos por notícias da Ucrânia.

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    4. Izzie... A sério que não percebeste o que eu quis dizer???

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    5. Eu explico-me. O único que eu quis dizer é que se, nos países mais ou menos civilizados, as mulheres se podem queixar que são vítimas sexuais (de facto, poucos homens o são) os homens podem sempre dizer "mas quem vai dar o peito às balas somos nós". Percebes? É uma questão fisiológica. Os homens são fisicamente mais fortes e as mulheres fisicamente mais fracas. E isso acarreta o que tem de acarretar... Cada um dos géneros é vítima daquilo que tem de ser. Não temos razão quando tentamos passar a imagem que somos umas vítimas da sociedade (reforço que falo nos países civilizados obviamente).... Isso não é verdade.

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    6. Ah, então se tem de ser pronto.

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    7. E obviamente que condeno qualquer tipo de agressão, física, verbal e psicológia, e obviamente que cada um tem o direito a viver a sua vida com dignidade. (É triste quando uma pessoa sente necessidade de escrever uma adenda deste tipo...)

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    8. Mais rápida que a própria sombra Rita Maria... :) (É muito triste quando uma pessoa sente que tinha mesmo que escrever aquela adenda...) Eu disse que tinha de ser??? Eu disse que não condenava???

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    9. Disse que decorria da natureza das coisas, o que é aceitá-lo como inevitável, parece-me a mim, e disse que sendo as mulheres "vítima daquilo que tem de ser" não deviam tentar passar de si próprias a imagem de "vítimas da sociedade".

      (o que é uma ideia especialmente perigosa, porque tenta colar um combate consciente uma ideia de "ai que choro tanto a ver se têm pena de mim que sou só uma pobre donzela")

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    10. Por falar nisso, os Estados Unidos contam como país civilizado? Fala-se em 1 em cada 6 mulheres terem sido vítimas de tentativa de violação ou violação (é um número oficial), há um debate intensíssimo sobre a omnipresença das violações nas universidades e "rape jokes" é uma categoria de humor.

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    11. "Disse que decorria da natureza das coisas, o que é aceitá-lo como inevitável," Eu disse isso?? A sério?? Isso é má fé e isso não lhe admito. A única coisa que eu disse é que, obviamente, a agressão sexual é exclusivamente feminina... Mas se entramos numa de "queixinhas" de coitadinhas de género, os homens também têm muito por onde se "queixar"... Foi a única coisa que disse,

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    12. Quanto a esses dados dos EUA... Isso sim é um problema sério. Isso sim é que merece a nossa atenção e preocupação.

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    13. A mim pareceu-me que justificar um fenómeno social com causas físiológicas era atestar da sua "naturalidade", dizer que a causa era biológica e não cultural. E de natural a aceitável vai um passo muito pequeno. Mas peço desculpas então.

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    14. Eu só não lhe admito é que ponha palavras na minha "boca". Eu não "justifiquei" rigorosamente nada.nem disse que a causa era biológica e não cultural. O que esperava que tivesse alcançado é que, do meu ponto de vista, a causa só é cultural porque em primeira instância foi biológica. Ponto. Posso esclarecer mais alguma coisa?

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    15. A questão (último comentário que tenho ainda muito trabalho noite fora) é que as diferentes expressões de misoginia, da violação doméstica à discriminação salarial, desde a violação ao "boquinha de broche" na rua, do apalpão numa noite escura à mutilação genital feminina (sem comparações, estou apenas a tentar cobrir todo o espectro) são parte de um mesmo fenómeno, da falta de respeito pelas mulheres e pela integridade do seu corpo e, estatisticamente, são muitas vezes coincidentes.

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    16. (não, fiquei perfeitamente elucidada)
      (não estou a ser irónica)

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    17. Ia-me embora mas falhei: encontrei o estudo sobre estatísticas de violência sexual na União Europeia: é de 2014 e calcula que uma em cada 12,5 (8%) foi vítima de violência sexual física nos doze meses anteriores ao estudo.

      (e agora fui mesmo)

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    18. Condeno. condeno. condeno! (Eu agradeço mas estou a par das estatísticas... E sim, isto é que é um problema! Já falar das coitadinhas que têm de fazer a depilação....

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    19. A violação é biológica é cultural, mas é cultural porque já foi biológica, é isso?

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    20. Não falo da violação em particular. Falo da violência em geral sobre as mulheres (ou sobre os mais fracos se quisermos). A civilização, tal como a conhecemos, é muito recente. Até há bem pouco tempo imperava a lei do mais forte. (Mas sim, tirando a parte da "violação" em concreto, é isso.)

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    21. Escrevi sobre isso. Se lhe apetecer...

      http://calmacomoandor.blogspot.pt/2014/06/disso-da-desigualdade-de-generos-ou.html

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    1. Não, não estou! Até te estou a dar razão. Dificilmente aconteceria a um homem.

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    2. Antes que caia o carmo e a trindade... Por isto sim é que se devem mobilizar esforços... Não é pela o coitadinha da bela portuguesa que ouve piropos às contas do seu decote...

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    3. acontece que ambas as coisas estão intimamente relacionadas.

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    4. Discordo. A última é coisa de gente privilegiada. A primeira não, a primeira é um problema.

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    5. São ambas consequência e reflexo do mesmo problema. Tem graça, nunca ouvi um piropo que não tivesse carga ofensiva ou atentatória da dignidade da receptora. É o não conhecer a linha que separa, que leva a que se interfira na esfera do outro, seja verbal ou fisicamente.

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    6. Minha querida Izzie, sempre um prazer falar com bocê... (Sem ponta de ironia e tu sabes disso.) O cerne da questão é mesmo este... A violência física ou a violação é unidireccional (é (quase) sempre um homem sobre uma mulher, lá está porque é mais forte), mas os piropos e o assédio ("light", por assim dizer, i.e., sem coacção física) não, e cada vez menos... É ofensivo meter tudo no mesmo saco.

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    7. Acontece, cara NM, que os olhares ao decote, o piropo e a violência sexual, ainda que com diferentes graus, sao tudo expressões do mesmo problema, e altamente correlacionadas. Insistir em ignorar isto desvalorizando umas partes, e aceitando-as como males menores, é nocivo no que concerne à big picture.

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    8. Discordo. Estou no meu direito, certo?

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  3. E ainda assim a maioria das pessoas continua a insistir que já há igualdade. Pois, sim.

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  4. Porque biologicamente homens e mulheres têm papeis diferentes a sociedade atribuiu-lhes no passado papeis sociais diferentes. As mulheres ficavam em casa e dedicavam-se à familia enquanto os homens iam tabalhar fora de casa (porque o trabalho gratuito em casa feito pelas mulheres também é trabalho, ainda que não retribuído) para alimentar a família. Em caso de guerra, os homens iam lutar enquanto as mulheres, aí sim, tinham de sair de casa e sustentar economicamente a familia. Agora tanto mulheres como homens trabalham ou ficam em casa ou vão para as forças de segurança. Mas isso não apaga os papeis sociais criados com base nas diferenças biológicas. Que não são meros preconceitos, pois são verdadeiramente interiorizados pelos membro de cada géneros. E o homem sempre foi (e é) visto como o sexo forte e a mulher como o sexo mais fraco. Daí ser dificil encontrar muitas situações em que um grupo de mulheres ataque um homem por lhes recusar a atenção, mas praticamente todos os dias ouvimos falar de situações como esta. Por muito que muita gente ache que há igualdade, basta ir ver as estatísticas nacionais e internacionais para se saber que a igualdade está longe de ser atingida. E os campos em que a igualdade mais avançou, normalmente são aqueles em que o homem passou a ser mais beneficiado face à situação anterior (divórcio e parentalidade).

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  5. Luna, ser agredido e morto por um gang?

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    1. Tipo isto http://www.huffingtonpost.co.uk/2014/05/29/teen-gang-rape-victims-hanged-from-mango-tree_n_5409474.html? Ou isto http://en.wikipedia.org/wiki/2012_Delhi_gang_rape? Se se estiver a referir a gangs, mesmo gangs, também há: http://www.theguardian.com/society/2011/nov/08/gang-strategy-acknowledges-girls?

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