11 de março de 2015

Rititi explica

"Lá estão outra vez as gajas com a mania da igualdade; no Dia da Mulher nós oferecemos flores às nossas clientes; mulher bonita gosta de receber piropos; eu não sou nada machista mas; e para quê quer uma gaja entrar num barbeiro; eu até ajudo a minha mulher lá em casa; as mulheres são as piores chefas; não há quem as ature com o período; quando são mães as mulheres deixam de se comprometer com a empresa; as gajas são umas cabras umas para as outras; se dependesse do meu marido a casa nunca estaria arrumada; eu já sei o que as feministas querem; é muito válida para o emprego mas está a pensar ter filhos; se não gostas de ouvir bocas não te vistas assim; o meu pai nunca mudou uma fralda; ai filha tem paciência, já sabes como são os homens; o tamanho não importa; foi promovida porque dormiu com o chefe; não é decoroso que as grávidas andem de biquíni; abortar é um acto de egoísmo; já viste o mal vestida que ia a Hillary Clinton; tu tens é falta de peso; filho meu nunca precisará de fazer uma cama; gosta tanto de mim que não suporta que fale com outros homens; os filhos são das mães; se queres parecer séria veste uma saia mais comprida; criticas o corpo das modelos porque és gorda; a maternidade completa a mulher; isso é conversa de gajas; elas são marronas, eles inteligentes; os homens não choram; é fufa porque não arranjou gajo; com esse feitio ainda ficas para tia; antes as mulheres eram mais felizes; há mulheres que fazem trabalhos de homens; a baixa maternal são férias; com o que ganha o marido não percebo para quê trabalha; elas nem ligam assim tanto ao sexo; quero um filho para lhe ensinar a jogar à bola; o feminismo já não é necessário."

Da sempre fabulosa Rititi

10 comentários:

  1. Isso tudo e mais um par de botas (cansaço).

    ResponderEliminar
  2. E também o explica muito bem aqui: http://www.rititi.com/2014/12/21/sobre-o-feminismo/
    Digam o que disserem sobre a igualdade, a partir do momento em que uma mulher é mãe, uma série de preconceitos recaem sobre ela no local de trabalho, e pelos vistos não é só em Portugal: http://www.theguardian.com/money/us-money-blog/2015/jan/06/mommy-track-maternity-leave-careers

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Claro que não é só em portugal... nos states nem sequer pagam maternity leave.

      Eliminar
    2. até o trip advisor.
      http://www.theguardian.com/uk-news/2015/mar/12/tripadvisor-removes-feminist-review?CMP=fb_gu

      Eliminar
    3. Desculpa o atraso, só agora tive tempo de ir ler... incrível...

      Eliminar
  3. Cada vez me parece mais importante assumir-me, assertivamente, como feminista. E a melhor forma de o fazer é não compactuar com estes estereotipos que se entrelaçam na nossa vida do dia a dia, muitas vezes de forma insidiosa...
    Sim, porque a verdade é que apesar de os meus filhos fazerem algumas tarefas em casa, e a ultima conquistao foi ensinar-lhes a fazer o jantar de vez em quando, continuo a dizer-lhes que quando se casarem têm que saber cozinhar e tratar da casa para AJUDAREM a mulher...
    Pois...

    ResponderEliminar
  4. lá está.

    e encontrar textos deste género...
    http://osdanoscolaterais.blogspot.pt/2015/03/farta-de-feministas.html

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Julie, por motivos pessoais, não comento o texto/blog em questão.

      Mas infelizmente o que não falta por aí são textos completamente equivocados sobre o que é o feminismo e as suas lutas, de forma muitas vezes extremamente injusta, por desconhecimento total dos assuntos que movem os movimentos feministas a nível mundial.
      (ainda há dias a propósito lá da barbearia vi comentários a perguntar porque é que as feministas (essas tresloucadas) não se ocupavam com assuntos realmente importantes como a desigualdade salarial - provavelmente um dos tópicos "top 3" debatidos pelos movimentos feministas...)

      Eliminar