Bairro Alto, Lisboa, Portugal

A noite começou cedo, numa tasca apinhada de gente onde conseguir jantar era um objectivo difícil, mas lá se arranjou uma mesinha ao lado da família feia - o pai era feio, a mãe era feia, a filha era muito feia e só o filho ainda não era porque só tinha uns 10 anitos... mas dêem-lhe tempo. Do outro lado dois gajos, que inevitavelmente acabámos por conhecer, através da partilha involuntária de espaço e conversa.

Mais uma noite dum lado para o outro correndo as capelinhas e milagrosamente bebendo mais que pagando, nem sei como se dá esta multiplicação de copos, talvez seja uma vantagem de sair com amigas giras a quem os copos caem do céu e me vão passando alguns nos entretantos. O mesmo entrar em locais conhecidos e encontrar um ou outro sorriso familiar, mais um copo, mais um shot.

Depois a entrada no mundo da gente alta e bonita, artificial, olhando-se com o desespero de ter de se sair acompanhado, entre idas sucessivas à casa de banho para dar nela, a predação era quase palpável, e o ver e ser visto o mais importante. O cansaço venceu-nos cedo, ainda bem...

Hoje é só isto, nada, e uma leve dor de cabeça.