Então e o anel, pá?

Mesmo que nunca o venha a admitir, não existe mulher nenhuma, pelo menos heterossexual e que tenha escutado histórias de princesas em criança, que nunca tenha fantasiado com o seu príncipe e o pedido de casamento mais romântico do mundo. Até eu, que sou pouco dada a olhares melosos e palavras bonitas, confesso que já me tem aparecido uma lagrimita no canto do olho em declarações de amor e juras de fidelidade cinematográficas.

Daí que sempre esperei que se um dia viesse, o pedido deveria ser rodeado de sentimentos fortes e uma atmosfera especial. Tinham que me estragar esta fantasia, e fazer do acto uma coisa banalíssima sustentada em motivações meramente legais. Isto porque ontem, de forma velada, indirecta, entre lamentos, fui pedida em casamento via Internet - mais precisamente MSN messenger - por um brasileiro que conheci em Milão e que precisa desesperadamente de se naturalizar europeu para poder voltar para a Europa.

Merda, já é a segunda vez... A primeira foi em Havana, durante viagem de finalistas a Cuba, em que um miúdo de cerca de 15 anos, a quem comprei uma garrafa de água ao pé do Capitólio, me disse que eu era bonita e gentilmente me pediu para de se casar comigo e sair do país. Na altura até achei graça, mas isso porque ainda não tinha reflectido suficientemente sobre o assunto.

E se existe um número limite de pedidos de casamento predestinados por pessoa? É que tenho medo que me andem a gastar todas as oportunidades assim. Eu sei, se pensarmos em distribuição uniforme, para bater a Liz Taylor ainda me faltam uns 8, mas a este ritmo ainda gasto todos os cartuchos antes do grande fogo de artifício.

E depois? Aparece aí o gajo do cavalo branco e não há nada para ninguém. Naaa... não quero arriscar! Pedidos, amigos, só se vierem devidamente acompanhados do anel. Ou então podem ser rosas, sei lá, uma coisa verdadeiramente romântica qualquer!