10 de outubro de 2005

E o que me irrita ainda mais

é o ar de gozo e desdém enquanto o dizem, no alto das suas vidinhas já delineadas às prestações do carro e da casa com piscina no condomínio privado e das viagens que não farão.
Como se lhes lembrasse demasiado a juventude hipotecada em créditos e o modo despreocupado como encaro a minha dependência económica deva ser motivo de chacota. E como se lhes saísse do bolso...
Tudo tem um preço, inclusive as minhas escolhas. E eu sei disso. Escolhi o meu sonho em vez do emprego bem pago que odiaria a vida inteira, e para isso adiei a casa, o carro, o ecrã de plasma. Adiei a vida determinada, cheia de certezas e imutabilidades. Escolhi o risco de não saber como será o amanhã. Sem correntes, com a vida em aberto. Sabendo que terei de levar com as bocas de quem não compreende.

21 comentários:

  1. Felizmente as "bocas" que têm alguma importância nunca são muitas... ou não deveriam ser.

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  2. Uns arriscam outros apenas petiscam ;) E tu és das que arriscam, felizmente para a tua sanidade mental.

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  3. ai miga andas com umas companhias!!
    caga neles todos e sê feliz... já que eles não o conseguem ser...

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  4. Cada um deve seguir o seu caminho e mais nada. Tudo o resto que se dane!
    Beijos

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  5. São os desrazoáveis que mudam o mundo :)
    Por isso, borrifa-te nas amarras da normalidade, se tens a oportunidade de ser diferente.
    Manda-os á .... :)

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  6. A vida é nossa.Façamos delaoque bem entendermos.
    Um beijinho

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  7. Luna,

    é fácil criticar quando se tem a vida falicitada, seja no pagamento das prestações ou para se estar "Sem correntes, com a vida em aberto".

    Quando se fala num modo de vida não existem opções óptimas. Independentemente da opção tomada, existem sempre vantagens e desvantagens. Por isso, e já que não gostas de ser criticada, não critiques as opções dos outros.

    Bocas leva-as o vento.

    ps. andas muito irritadiça

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  8. Do alto das vidinhas deles não tiveram tomates para seguir com os sonhos deles.

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  9. Muitos daqueles que te criticam quereriam poder deixar de parte todas as correntes que têm presas aos pés e serem livres de voar como passaros no céu imenso.

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  10. Porra Submerso, és um chato do caraças!
    Apesar de não ter de te dar satisfações do que "posto" ou deixo de "postar" vou explicar tudinho: eu não critico as opções de ninguém, cada um faz o que quer, o que não tenho é pachorra e nem que aguentar que me critiquem porque fiz escolhas diferentes. E muito menos que o façam com ar de gozo. É verdade que sou privilegiada por poder continuar a estudar, a minha situação socio-economica-familiar permite-mo e por isso aproveito essa oportunidade, apesar de adiar a minha independencia economica. Mas como hás de calcular, isto baseou-se numa ou duas situações reais, com pessoas reais, que estudaram em faculdades privadas (o que dá por ano uma propina superior à que pagaria no mestrado em faculdade estatal) e neste momento ganham mais de 2000 € por mês, logo não cabem no lugar comum de "coitadinhos" que tiveram de ir trabalhar para ganhar a vida e se alimentarem.

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  11. Tou na mesma situação que tu...só não tirei mestrado nenhum!!!lolol

    Mas segui a vida pelo lado mais dificil, fui fazer teatro em vez de ir para o Banco Espirito Santo ganhar bues, e ter empréstimos a juros baixos... e décimo terceiro mês, e uma reforma choruda...oh meu deus...alguém me diz porque fui pró teatro?!?!?!?!


    lololol

    tou a gozar!CLARO!

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  12. olá! já isitei várias vezes este blog e gostaria de dizer q ainda ontem tive esta mesma conversa com o meu pai. o que lhe interessa é o dinheiro que se possa vir a ganhar com um emprego. não interessa qual desde que ofereça estabilidade. "o dinheiro é que dá felicidade." eu discordei e disse por outras palavras o que acabaste de escrever neste post. uma pessoa só se sentirá realizada quando fizer o que gosta na vida mesmo que tenha que adiar a estabilidade financeira por uns anos.

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  13. A nossa única obrigação nesta vida é ser feliz. Ora se podemos tomar uma opção nesse sentido, porquê nivelar pela bitola alheia? Já bem chegam os contratempos inesperados que são pedras no nosso caminho e que não controlamos.
    E deixa lá que faças o que fizeres há sempre quem venha com conversas desmancha-prazeres.
    A conversa que eu mais ouço é a 'pois, se tivesses filhos...'. Bah! Por acaso nem foi uma opção consciente não os ter, calhou. Mas porque raio me têm que chatear a molécula com tais tiradas de 'ai eu é que trabalho tanto e tenho ralações a sério, ai ai, e tu na boa vida'?
    Chatos de galochas e com uma pontinha de inveja, é o que é.

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  14. vai ao mail lunita!

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  15. Não acredito que para se ser feliz basta uma cabana e muito amor, nem tão pouco que a felicidade é eterna (tirando a felicidade dos tolinhos) mas acredito piamente que o dinheiro não compra a felicidade porque, apesar de tudo o que nos querem fazer crer (com anúncios a apelarem ao consumo; com a imagem de sucesso associada ao dinheiro; com o criar da ilusão de que mais é melhor; e com mais um série de estratagemas que nos empurram, de uma forma sufocante, para uma sociedade puramente materialista), a felicidade está nas pequenas coisas. Por exemplo: a sensação de liberdade associada à ideia de condução de um descapotável topo-de-gama, que custa milhares de euros, pode ser igualmente conseguida (para não dizer melhor) ao volante de uma bicicleta. Mas é certo que se alguém chegar a um "sítio da moda", daqueles que metem nojo, sentado numa bicicleta vai ficar à porta e ser motivo de chacota...

    Luna, desculpa o abuso mas, ao ler o post da lenore, não consegui ficar calado.

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  16. Olá...vim em busca de algo novo.
    Deixo-teum beijo e o desejo de uma boa noite.

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  17. Pois irrita...
    Mas o que me irrita ainda mais é o ar com que me olham. Viver da arte acho que é ainda mais difícil Luna, é a incompreensão, acharem que fariam o mesmo com uma perna às costas, o dizerem, "ai que bonito está" e ver no olhar o oposto. É terem sensibilidade para verem que comprei uma merda de uma camisola e não terem a sensibilidade para verem que passei a noite mal dormida, preocupada em pagar as contas e a pensar em criar ao mesmo tempo. Desculpa o desabafo, no final das contas quem fica a ganhar somos nós, que vivemos os nossos sonhos e lutamos por eles.
    Beijoca

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  18. Eu já cheguei ao fundo do tacho. Infelizmente, cara Luna, os sonhos não alimentam barrigas! Só o espírito... e só o teu.

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  19. ó Dona Natrix, o Roque Mais Pelintrão dá sempre a cara ouviu??? não me julgue ser um desses cobardolas que andam por aí...

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  20. Felizmente somos muitos assim, mas infelizmente ainda nao os suficientes!
    Ja la vao 7 anos de comentarios, falta de apoio (nao nao estou a falar de dinheiro mas de apoio dos que nos sao mais proximos!) as vezes e duro mas sabes que mais de um certo modo a minha vida comecou exactamente no dia em que recusei um grande emprego fiz as minhas malas e parti! Boa sorte e se precisares de desabafar avisa!

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  21. Pois. Mas sabes que deixar tudo para trás é fácil agora aos 25. Mesmo assim há dias em q tb pondero o que vai ser "do resto da minha vida"... Hoje posso viver sem casa própria, sustentar-me de bolsas, ficar feliz com o mínimo. Mas até que ponto vou querer adiar outros sonhos, outras certezas, outra calma ao adormecer. São escolhas que se fazem, não lhes posso chamar fáceis ou difíceis, porque não são nem uma coisa nem outra, são simplesmente o único caminho em que acho que me vou sentir realizada, logo completa, "logo" sentir-me eu própria. Mas no entanto não é um caminho que se faça com 100% de certezas (eu falo por mim, quantas vezes me pergunto se valerá a pena?). Não desprezando as escolhas de ninguém... dos outros não espero nada, mas se não compreendem e nem sequer apoiam, que fiquem caladitos no seu canto em vez de deitarem abaixo aquilo que lhes foge ao entendimento!

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