No outro dia comentava com um amigo esta coisa que se nos pega que é a de meter expressões em inglês no meio do nosso discurso falado ou escrito, coisa muito à emigrante, e que eu costumava gozar nos outros. Mas a verdade é que, falando muito mais inglês que português, no trabalho ou mesmo em casa, acaba por ser inevitável. Há expressões insubstituíveis, e que pela sua simplicidade e síntese, não são traduzíveis para português, ou que, mesmo sendo-o, soam mal. Um whatever nunca poderá ser substituído por "o que quer que seja," sob pena de perder displicência, enquanto outras expressões me saem naturalmente, no matter what - não importa o quê, o quê? - e mudá-lo seria perder espontaneidade ao escrever. De qualquer forma, toda a gente sabe que sou emigrante, e com ou sem estrangeirismos continuarei a escrever melhor português misturado que muitos puristas, por isso, enquanto não for em holandês, who cares?
so what? todos nós dizemos uns estrangeirismos once in a while... eu até diria mais, JAMAIS (em frances) falar bem e em português, porque são estas pecularidades que dão graça ao nosso discurso!!
ResponderEliminarDat klopt! Emigrante que se preza tem de ser capaz de misturar umas palavritas, right? Qdo vim de Espanha disseram-me que parecia o Paulo Futre, passei umas vergonhas lindas...ainda hoje misturo espanhol com português e vergonhosamente não sei se a palavra existe em português ou não. Costumava (lá me disseram que não existe em nenhuma das duas línguas) usar a expressão: compartir formação. Quer dizer: dar formação.
ResponderEliminarCom o tempo a coisa vai, e o que interessa é que continuamos a escrever em português, e sem erros ortográficos, o que já é muito bom dadas algumas páginas que já visitei.
Anda ya tía! Eh verdade, verdadinha. Nada calha tao bem como uma expressao de contrariedade ah la espanhola "jo'er". Como diria isto em portugues? "Fo'er?"
ResponderEliminarSo true!!! ;) Eu nasci num país de língua inglesa e quando cheguei a Portugal todos gozavam com o meu sotaque e as minhas expressões que, de vez em quanto, dizia. Ainda hoje utilizo expressões inglesas mas só porque não consigo arranjar umas portuguesas que tenham o mesmo sentido. Agora já não me chateio nada com isso, e quem não gosta, olha, temos pena!!! :P
ResponderEliminarBjs*
Como te entendo!E quem está do lado de lá não percebe como é possível ora tão depressa falamos português como inglês.É uma coisa que sai naturalmente...so "deal with it" minha gente! :P
ResponderEliminarTambém te compreendo muito bem...
ResponderEliminarPor agora ando a viver um momento "portingnhol"..que é como quem diz uma mistura de Português com Inglês e Espanhol. Umas vezes porque me sai, outras simplesmente porque cada língua tem algumas expressoes que descrevem maravilhosamente bem certas situações ou sentimentos!
o "whatever" pode ser substituído por um "como queiras" :P
ResponderEliminarNão, não pode. Essa é só umas das possíveis traduções, aplicável apenas em certos contextos do uso da expressão, e que neste caso implica a existência de uma segunda pessoa.
ResponderEliminarsim.. mas eu estava a dizer no sentido que penso que ele queria com o "sob pena de perder displicência"
ResponderEliminarups.. o "ele" és tu :P
ResponderEliminarnever mind!
ResponderEliminarContinua assim que vais bem. Take care
:)
Está em voga, cá para mim, é uma um novo-riquismo que associo à necessidade de mostrar cultura. mas isso é para mim.
ResponderEliminarph:
ResponderEliminaruma coisa é viver em portugal - calculo que seja o teu caso -, falar português todos os dias - que continuo a calcular que seja o teu caso, embora infelizmente não seja o meu - e usar expressões que se apanhou em filmes e séries do sexo e a cidade.
Outra coisa é estar fora do país há ano e meio e falar inglês todos os dias, tanto no trabalho como em casa, sob pena de não ser possível comunicar - eu realmente preferia falar português, mas esta gente não há meio de entender!
Quando se vive fora e se fala mais inglês que português - e quem diz inglês diz outra língua - é natural que se ganhem certas expressões e que estas passem a fazer parte do nosso léxico pessoal, pois a língua é uma coisa dinâmica. E não, não é para mostrar cultura, porque não precisamos, já que falamos inglês mesmo no dia a dia. Para mim, o verdadeiro pedantismo é o teu, e passa mais pelo enorme esforço de não se deixar contaminar por expressões que se usa todos os dias - como a cambada de saloios dos emigrantes, era o que faltava -, que o contrário.
Ah, e já agora, a definição de novo-riquismo não é essa.
Isso é perfeitamente normal... Até eu que vivo em Portugal e como tal falo em português às vezes uso expressões como o whatever... =)
ResponderEliminarBjinho***
Entendo-te muito bem. Eu escrevo português como quem escreve inglês, e isso soa por vezes muito estranho a quem lê, eu incluida ;)
ResponderEliminarPor outro lado, adorei este teu pequeno texto, muito mais divertido por introduzires expressoes inglesas que sao tao únicas e de dificil traducao. Assim, viva a diversidade de expressao! Fez-me rir, muito giro :-)
Bem, tenho de dar a minha opinião como tradutora-com-aspiração-a-linguista que vive no estrangeiro há quase 3 anos.
ResponderEliminarRealmente este post só pode ser entendido por pessoas que não moram em Portugal e que aprendem a gíria das séries de TV. Não é disso que se trata.
Estou em Itália há 3 anos e estive 2 anos e meio sem conhecer UM ÚNICO PORTUGUÊS, logo sem acesso directo à minha língua mãe. Sim, porque falar 15 minutos com os pais ou com a amiga ao fim-de-semana não é suficiente ou teclar com ex-colegas de universidade no msn de vez em quando não é suficiente.
No meu caso por exemplo a minha comunicação divide-se em italiano - trabalho com eles - e inglês - porque moro com ingleses. E apesar de sempre me ter considerado mais fluente em inglês, há coisas que só me vêm em mente em italiano.
E sim, vejo algumas coisas do português a escapar-me por entre os dedos - se calhar porque não leio tanto (shame on me! - outra expressão que só soa bem em inglês, por exemplo) - ou porque a língua evolui e desenvolve-se. Vou a Portugal duas vezes por ano e por poucos dias...e apercebo-me que existem novas expressões ou piadas nacionais, tipo aquela coisa do "Duas palavras: Meeee-do"...das quais eu não presenciei a origem.
Isto tudo para dizer que quando nos afastamos da nossa língua nativa e nos abrimos a uma outra língua (no meu caso duas, por isso tenho o cérebro em água) é natural que haja expressões, reacções que surjam nessas línguas. E não, não tem a ver com wannabe-intelectual e porque nos armamos em boas ou estrangeiradas. É somente porque pertencemos a um outro pequeno universo e a nossa linguagem acompanha essa mudança física.
Um abraço,
Rafa