Há um conto infantil, baseado no Rei Lear, e do qual me lembro mal, que isto da memória anda pelas ruas da amargura, onde um Rei pede às suas três filhas que demonstrem quanto o amam. Entre declarações extensas e elaboradas, uma delas diz apenas que o quer como a carne quer ao sal, sendo desprezada e expulsa do reino por tal declaração não parecer suficientemente digna de a quem é destinada. Volta anos depois, vingando a honra perdida e a vida injustiçada por um mal entendido, acabando tudo em bem, que isto às crianças não se pode contar a versão original. Mas isso agora não interessa nada. Interessa que nesta coisas das pessoas, do tu e eu, do amor, ou da vida em comum, a certa altura, depois das desilusões e das tentativas fracassadas, a maior declaração possível já não é mais exaltada, dramática, ou mesmo a mais apaixonada, mas a mais natural. Fazes com que pareça simples. Tão só.
A história é a base do enredo do Rei Lear de Shakespeare, mas já foi muitas vezes usada para crianças.
ResponderEliminarbonito.
ResponderEliminarAgnès
ResponderEliminarPois é, toda a razão, e vou inserir a referência. Mas lembro da história ser-me contada em miúda, como conto infantil, com final feliz e tal, e ter-me ficado.
é a Princesa que Guardava Patos. Eu tinha o single :)
ResponderEliminarQuase que dá para perceber a melancolia que [certamente] foi tomando conta de ti à medida que escrevias este texto. Gostei. Bastante.
ResponderEliminarLeandro, Rei da Helíria... os meus alunos do 7º ano adoram a obra...
ResponderEliminarTão verdade.
ResponderEliminar(a minha peça preferida do Bill Shakes. é um espelho da natureza humana
Alice Vieira. Crónicas de Leandro, El-Rei Tadinho.
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ResponderEliminarei, gostei do blog, estou seguindo (:
ResponderEliminarAlice Vieira escreveu "Leandro, Rei da Helíria", é verdade. É uma peça de teatro. Mas o conto popular foi recolhido por Teófilo Braga e intitula-se "Como a comida quer o sal".
ResponderEliminarNão conhecia o original de Teófilo Braga (e muito menos as inspirações no Rei Lear, mea culpa, mea culpa). Mas é uma história muito bonita.
ResponderEliminarEu lembro-me de ler esta historia num livro que tinha vários contos de vários paises europeus oonde estava esta historia e a historia da Dama dos pés de cabra entre outras!
ResponderEliminarA minha versão é "como a comida gosta do sal", dada pelo meu pai. sobretudo hoje e com a legislação sobre o sal, tenho tido pouquissimo sucesso quando acontece dizê-la: "o quêêê????"
ResponderEliminarohhh e tantas vezes a minha tia me contou essa história (c/ direito à parte cantada e tudo) nas viagens até á terrinha, na parte de trás de uma carrinha. Há coisas tão simples, e até desconfortáveis que nos ficam gravadas na memória como sendo maravilhosas.
ResponderEliminarobrigada
Quando era miúda enfiava-me na cama da minha avó e ela sempre contava uma história. Esta foi sempre para mim a mais bonita... e para mim foi sempre a "princesa que guardava patos" que dizia -"Uma princesa a guardar patos foi coisa que eu nunca vi!"
ResponderEliminarEngraçado hoje aqui ver que, como eu tantas pessoas conhecem esta versão da história..pensava que era quase só minha e dos meus primos!