11 de março de 2012

Just a simple test before we stop Kony

(via Facebook)

21 comentários:

  1. Já não será mau saber-se que fica em África!

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  2. Não creio que seja necessário saber onde fica o Uganda (qual a capital, qual o PIB, qual o índice de Gini, etc.) para nos compadecermos com situações de atropelos aos direitos humanos. Neste caso preocupa-me antes a organização que está por detrás da campanha (google it).

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    1. creio que o meu post anterior ilustra exactamente essa preocupação.

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  3. As maravilhas de ter vivido num país que faz fronteira com o dito cujo...
    Já não será mau saber-se que fica em África?! Isso é o mínimo, não???

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  4. Nunca subestimar a falta de orientação geográfica!

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  5. A geográfica e as outras todas, que nos dias que correm... :-)

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  6. Eu estou com o nuno viera matos, não sei em que é que saber onde exactamente se situa Uganda vai ajudar. Mesmo que saibamos, o que é que nós, ocidentais, que estamos longe desse mundo, a assistir de palanque, podemos realmente fazer? Não há uma solução fácil e simples para um problema tão profundo e complexo (aliás, problemas, muitos problemas, estamos a falar de África), por isso é que muitas vezes as pessoas ficam-se pelo criar awareness o mais possível - o que eu acho que é uma boa acção. Não é simplesmente enviando dinheiro (quem o tem) que se travam estes crimes hediondos...

    "While helping is always good, and it's great that people care, what Kony 2012 ignores is that Africans are not "invisible" and the last thing they need is for a bunch of Westerners to parachute in and take over (again). We sometimes mistake our position at the top of the global food chain as evidence that we're more capable, that our power will extend into complicated and far-away societies, that we'll be better at fixing their problems than they are. This assumption, both well-meaning and self-glorifying, has led us into disaster after disaster after disaster." (http://www.theatlantic.com/international/archive/2012/03/the-soft-bigotry-of-kony-2012/254194/#.T1kz96LJmx5.facebook)

    Os desastres: http://www.mbali.info/doc216.htm, http://www.carnegiecouncil.org/resources/transcripts/0391.html, http://www.washingtonpost.com/national/health-science/colonialism-in-africa-helped-launch-the-hiv-epidemic-a-century-ago/2012/02/21/gIQAyJ9aeR_story.html.

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    1. Esther

      a minha crítica está resumida no post anterior, onde indico um texto que deve ser lido.

      De resto, saber onde fica o Uganda não vai ajudar, como não vai ajudar enviar-se forwards e partilhar no facebook algo que logo a seguir se esquece, sem procurar qualquer informação sobre a situação, ficando satisfeitos e com o sentimento de culpa apaziguado por levianamente divulgar um vídeo que nem sequer espelha a realidade actual, uma vez que o Kony já não está no Uganda desde 2006.

      No texto partilhado anteriormente dão-se umas pistas sobre o que podemos fazer realmente, como ajudar organizações que estão no terreno, e que realmente fazem alguma coisa pelas populações.

      Criar awareness? Sim, claro. Mas de forma séria, e nao sensacionalista, como me parece que este video fez, por uma organização cuja maioria dos lucros é usada em proveito próprio dos seus membros de forma pouco clara.

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    2. E indico outro post

      http://ecaequeeessa.blogspot.com/2012/03/blog-post.html

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  7. Nao precisas ir tao longe, poe o da Europa e pede para que digam onde é a Áustria ou a Eslováquia por exemplo...

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  8. Wow! O video já vai com mais de 70 milhões de views no youtube, numa semana, completamente viral!

    Que dizer? Não tinha conhecimento disto, afastei-me do meu facebook http://www.facebook.com/iamjustjose exactamente porque estava um pouco farto de perder tempo com este tipo de konyces e afins. Decidi mudar-me para o universo bloguiano, seguindo 3 ou 4 blogues mais clarividentes.

    Luna, parece que toda a gente ficou feliz:
    - O fundador da Invisible Children, que está rico e famoso.
    - O criminoso Kony que ficará na história e está a fazer inveja a todos os criminosos amigos dele.
    - As dezenas de pessoas que a organização emprega nos EUA e no Uganda (teve mais de 9 milhões de dólares de despesas, dos quais só 3,3 milhões para programas na África Central)
    - O presidente Obama que fez de bom samaritano e enviou 100 conselheiros militares para o Uganda para ajudar a apanhar o tipo.
    - A populaça das redes sociais que anda toda excitada com o linchamento virtual do energúmeno.

    E agora?
    Aposto que o homem não terá julgamento e vai aparecer morto como Bin Laden.
    (a propósito, alguém viu o Bin Laden morto, tipo o cadáver? Se eu dissesse que ele ainda estava preso e a ser interrogado com a tortura do sono e coisas assim, alguém me poderia provar o contrário? Pois... acreditam na palavra do presidente dos USA que diz que o matou - murder, he said lol).

    Bottom line: Kony 2012 é bullying à escala mundial, por muito sub-humano que seja o tal de Kony. Melhor, é um linchamento mundial à boa maneira do Uganda e do Ruanda. Quando o homem aparecer morto todos, mesmo os católicos praticantes do perdão e os que são contra a pena de morte, dirão: "Bem feito!"

    Faço minhas as palavras de mestre Freud: http://i40.tinypic.com/25rh7xj.gif

    Artigo isento para quem quiser saber "the real story":
    http://www.guardian.co.uk/politics/reality-check-with-polly-curtis/2012/mar/08/kony-2012-what-s-the-story

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  9. Isto é uma campanha publicitária, tendo por base uma "causa/instituição humanitária" e, para quem trabalha no ramo, é fácil perceber que é nesta área que se criam as maiores campanhas em termos de movimentação de emoções/sentimentos relativamente à mesma.

    Numa época em que todas as marcas querem virais e isso é um factor de intensidade e medição do valor de campanhas, ter 70milhões de views é sinónimo de distinção e galardões. Por norma, a instituição lucra pela visibilidade, neste caso lucra mais do que isso.

    Por cá já tivemos quiosques da Cruz Vermelha a vender kits de esperança, o que é um exemplo a uma escala muito menor e com o grau de fiabilidade que a instituição em causa confere.

    À medida que crescer o interesse, surjam discordâncias e as pessoas levantem questões sobre a campanha, tudo isso funcionará a favor de quem fez a campanha, que poderá sempre alegar que, bem ou mal, contribuiu para o lançamento do debate.

    Quanto à justiça e ao efeito que isso possa ter em relação ao Kony e ao seu desfecho, isso há de ser um resultado secundário, que pode ou não gerar mais material para a "fogueira". É certo que a maralha gosta de caça ao homem e a sensação de que, com um custo/interesse mínimo se fez algo "em favor da humanidade" confere uma sensação positiva.

    No tempo do Idi Amin é que as redes sociais não bombavam, senão era fazer um teste à História e ver se o senhor vivia até a idade avançada repimpado na Arábia Saudita como aconteceu.


    Como campanha, está desenhada na perfeição, como esforço humanitário só quando se olhar para ela de forma distanciada é que se vai ver do que foi efectivamente feito neste caso Kony.

    http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/africaandindianocean/uganda/9131355/Joseph-Kony-2012-a-model-of-modern-campaigning.html

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  10. Acho que neste caso devemos distinguir entre a forma e o conteúdo.

    Mak, concordo totalmente com a sua análise em relação à forma: é uma campanha genial e será com certeza um "case study".
    Apesar disso vamos manter a cabeça fria e relativizar um pouco este sucesso porque estamos num mundo em que o nível geral é tão primário, ainda somos tão "monkeys", que basta apelar aos instintos mais básicos e ter algo de diferente para alguém conseguir milhões de views!

    Dou este exemplo: uma ruiva gira, simpática e sexy com um grande peito e decote aberto, a beber o próprio leite assegura mais de 5 milhões de views... http://youtu.be/fVdudXoSOqI ... e outro vídeo dela que se intitula "Breasts are the best BEST!" teve mais de 6 milhões de views! http://youtu.be/zXOVO4rc7mo
    Ok não foram conseguidos numa semana mas só nestes dois vídeos aqui a nossa amiga Karen Alloy, sozinha em casa com uma câmara conseguiu mais de 11 milhões de views!
    (Não vou chamar aqui Freud de novo, nem é necessário lol)

    O problema em "Kony 2012" é o conteúdo: é uma campanha negativa, uma "hate campaign". Podia ser uma campanha "Save the enslaved child soldiers" mas não, é "Kony 2012". Apela aos piores instintos.
    Depois é a questão de tudo se resumir a um americano armado em cowboy (o Rambo herói) que decide ir atrás de um gajo do Uganda muito mauzinho e começa a recrutar pessoal para a "causa" que em vez de Kony 2012 podia designar-se:
    "Bora lá apanhar o malandro, malta! P.S.: e eu ficarei rico..."

    De facto vejo "minor differences" (cerca de 70 milhões de minor differences...) entre a campanha Kony 2012 e um grupo de habitantes de Freixo de Espada à Cinta a organizar-se para ir linchar o "drógádo" que desvia crianças para roubar telemóveis, porque a polícia não faz nada.

    Acho que a Luna resumiu bem quando disse que devemos criar awareness mas de forma séria. Eu juntaria "e pela positiva".

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  11. Sobre o fenómeno dos virais poderia estar aqui a dissertar mais 200 linhas, mas isto é um ponto lateral da questão.

    Concordo no aspecto positivo vs. negativo, daí dizer que o pessoal gosta muito do fenómeno caça ao homem, caso contrário a lista dos mais procurados do FBI nunca teria a popularidade que tem até agora.

    É possível, ainda que possa parecer estranho, chocar com um impacto positivo, mas isso não foi uma preocupação aqui. Estabeleceram-se os princípios da campanha sem grande preocupação pelo tipo de reacção que iria criar, desde que fosse em grande. Podem até ter pensado que a "caça ao homem" era o ângulo diferenciador em relação ao que já foi feito.

    Portanto, basicamente estamos de acordo nesse aspecto.


    Também há lados negros no brilhantismo.

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    1. Sim, podem ter pensado que a "caça ao homem" era um ângulo diferenciador e fosse uma estratégia racionalmente assumida. Mas desconfio que apenas deram rédea solta ao instinto cowboy... e talvez exactamente por terem sido genuínos nesse assumir do primarismo de quererem o "sangue" de Kony, tenham conseguido juntar uma bela horda de seguidores.

      Por isso, se me permite usar as suas palavras, talvez as invertesse aqui: também há brilhantismo nos lados negros.

      Estamos basicamente de acordo, sim.

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  12. Quem é que sabe? Eu não faço ideia...

    viagensnomeucaderno.blogspot.com

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  13. Concordo. Escrevi sobre esta questão no meu blogue também. É mais fácil apelar à sensibilidade e comoção com situações bem longe de nós e da nossa realidade. Se nos perguntarem o que fizemos temos mil e uma desculpas para dar.

    Aborrece-me que estas ondas de solidariedade e moral caiam em saco roto e sejam só uma pose não para a fotografia, mas para um facebook onde fica bem partilhar estas coisas. Se for preciso, não se partilham as fotografias da vizinha do bairro que está desaparecida.

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  14. Cliquei no Uganda mas não acontece nada!

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  15. Carmo da Rosa, acho que não devia ter clicado no Uganda... aconteceu algo:

    O autor do vídeo e fundador do movimento Invisible Children e Kony 2012, Jason Russell foi internado num hospital psiquiátrico depois de ter sido apanhado nú e a masturbar-se numa das ruas centrais de San Diego, enquanto fazia parar o trânsito e gritava palavrões! ahah

    Unbelievable!

    http://tinyurl.com/autor-video-kony-internado

    Tinha escrito noutro comentário que há brilhantismo nos lados negros mas esqueci-me de referir também há loucura... :P

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