22 de agosto de 2012

Quem fala assim


"Em nome da igualdade, Jorge Martins Ribeiro, mestrando da Universidade do Minho, propõe na sua tese que os homens passem a ter o direito de não assumir a sua paternidade quando engravidam uma galdéria ou uma gaja ou mesmo uma mulher, vá.

A concretizar-se este avanço civilizacional, seria o regresso à liberdade que a invenção dos estupores dos testes do ADN veio comprometer."


pela sucinta Teresa Ribeiro, no Delito de Opinião, que em muito menos palavras consegue transmitir o que quis dizer ali em baixo

5 comentários:

  1. Sobre este assunto, só consigo expressar nojo, Luna.

    Ler certos comentários, dá direito a vómito interrupto por um mês.

    Homenzinhos, pessoinhas. Nojo, nojo, nojo!

    Num país onde muitos ainda são filhos de pai incógnito, com todas as consequências possíveis e imaginárias na esfera e desenvolvimento de crianças a adultos, este tipo de opinião é uma aberração. Vasectomias a todas essas vozes!

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  2. Sinceramente, tenho um bocado de dúvidas que ainda haja muita gente (com menos de 60 anos) filha de pai incógnito em Portugal. Do que sei, a PJ (a quem o ministério público informa quando alguém diz que não sabe do pai) na maioria das situações descobre o pai de uma maneira bastante rápida (normalmente basta ir falar com a mãe, que ao ver dois polícias à frente diz logo quem é). E quando o pai não quer assumir, vai para tribunal, e o tribunal da criança ainda funciona de maneira relativamente expedita (quando comparado com os tribunais em geral).

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  3. Confesso que acho isto uma questão interessante, apesar de me parecer que há um erro de raciocínio neste argumento: «Quanto ao superior interesse da criança, "um sistema que permite o não nascimento por via de um aborto também pode permitir o nascimento sem atribuição da filiação paterna"», é que no caso do aborto não temos ainda criança. Mas no caso dos processos de averiguações (que me parece ser o que o investigador reclama que os potenciais possam recusar submeter-se) temos: temos mesmo uma criança que se tornará um adulto. Assim de repente ocorrem-me dois níveis de discussão: um,que me parece ser o que o investigador defende: os homens devem poder recusar ser identificados como pais (o que me parece difícil e injusto), outro é os homens poderem recusar-se a não contribuir para a educação de uma criança que não desejaram. (claro que, na prática, já muitos pais se abstêm de participar na educação dos seus filhos - seja abstendo-se de qualquer participação nas despesas de saúde, educação e alimentação, seja nem sequer vendo as crianças). Mas penso que isto é outra questão não comparável à proposta deste investigador.
    E a propósito disto, recomendo a leitura deste post: http://www.inverbis.pt/2012/artigosopiniao/ftmota-negar-paternidade

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  4. UMA QUESTÃO A LEVANTAR:
    - O Direito de ter filhos em Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas!


    Ainda há parolos que acreditam em histórias da carochinha... mas há que ASSUMIR a realidade:
    - Nas Sociedades Tradicionalmente Poligâmicas apenas os machos mais fortes é que possuem filhos.
    - No entanto, para conseguirem sobreviver, muitas sociedades tiveram necessidade de mobilizar/motivar os machos mais fracos no sentido de eles se interessarem/lutarem pela preservação da sua Identidade!... De facto, analisando o Tabú-Sexo (nas Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas) chegamos à conclusão de que o verdadeiro objectivo do Tabú-Sexo era proceder à integração social dos machos sexualmente mais fracos; Ver http://tabusexo.blogspot.com/.


    CONCLUINDO:
    - Nas Sociedades Tradicionalmente Poligâmicas é natural que sejam apenas os machos mais fortes a terem filhos, NO ENTANTO, as Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas têm de assumir a sua História: não podem continuar a tratar os machos sexualmente mais fracos como sendo o caixote do lixo da sociedade!... Assim sendo, nestas sociedades deve ser possibilitada a existência de barrigas de aluguer {ÚTEROS ARTIFICIAIS – deve ser considerado uma Investigação Cientifica Prioritária!…} para que, nestas sociedades {a longo prazo} os machos (de boa saúde) rejeitados pelas fêmeas, possam ter filhos!


    NOTA 1: Incompetência sexual não significa inutilidade... de facto, os machos mais fracos já mostraram o seu valor: as sociedades tecnologicamente mais evoluídas... são sociedades tradicionalmente monogâmicas!


    NOTA 2: Hoje em dia, por um lado, muitas mulheres vão à procura de machos de maior competência sexual, nomeadamente, machos oriundos de sociedades tradicionalmente Poligâmicas: nestas sociedades apenas os machos mais fortes é que possuem filhos, logo, seleccionam e apuram a qualidade dos machos.
    Por outro lado, hoje em dia muitos machos das sociedades tradicionalmente Monogâmicas vão à procura de fêmeas Economicamente Fragilizadas [mais dóceis] oriundas de outras sociedades...

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  5. Ceridwen, concordo consigo e gostei da forma calma como reflete sobre o assunto.

    Neste "post" do "Boas Intenções" a Rita, na linha da sua reflexão, dá exemplos de várias situações muito injustas:
    http://infernocheio.blogspot.pt/2012/08/rita-maria-vai-todas.html

    E deixe-me dizer-lhe que o "post" que recomendou é muito interessante!

    Quanto à questão que colocou de o pai poder recusar o papel de pai apesar de assumir a paternidade biológica, só me parece justo caso essa situação se colocasse dentro dos limites temporais em que fosse possível à mulher abortar.
    Teria de ser qualquer coisa como todas as grávidas terem de ir ao centro de saúde declarar o pai até à 8ª semana de gravidez. O putativo pai seria contactado para saber se queria o descendente ou não. Várias situações poderiam ocorrer:

    a) ambos queriam o descendente:
    Maravilha! (embora eu aqui ache que se os pais não tivessem as mínimas condições o estado devia obrigar ao aborto... mas isso é outra discussão!)

    b) A mãe queria e o pai não:
    A mãe tinha a opção de abortar (pk ainda estava nas 10 semanas) ou seguir como mãe solteira, situação em que o estado logo ali atribuía o poder paternal à mãe e desobrigava o pai de qualquer responsabilidade futura.

    c) A mãe não queria e o pai queria:
    O estado atribuía o poder paternal ao pai e a mãe passava por lei a "barriga de aluguer", recebendo uma compensação do pai, fixada por lei. Quando a criança nascesse a mãe ia à vida dela.

    d) Ambos não queriam:
    Aborto, no doubt.

    e) Não se conseguia saber quem era o pai:
    Valia a vontade da mãe e o pai, caso se viesse a saber quem era no futuro, não poderia fugir à responsabilidade. A menos que se provasse que a mãe, por má fé, sabia quem era o pai e omitiu essa informação ao estado.

    Bem, isto é apenas uma "proposta de lei" feita sobre o joelho, espero contributos e melhorias. :)

    Nota final:

    Eu sou totalmente a favor da interrupção voluntária da gravidez, mesmo que só decidida pela mulher, porque o meu lema para esta questão é "mais vale um aborto precipitado que um nascimento indesejado".

    Mas como decorre da proposta que fiz, acho que o "voluntário" da designação "Interrupção voluntária da gravidez" devia ser um "voluntário a dois".
    Porque não sejamos hipócritas: o que está ali em gestação é um ser vivo e o cidadão de sexo feminino que carrega em si o descendente de dois cidadãos, tem neste momento concedido por lei, o poder absoluto e privado de, por qualquer razão, mesmo a mais fútil e mesmo que o pai quisesse ficar com a criança e educá-la como pai solteiro, tem o poder absoluto, solitário e totalitário de condenar à morte um feto feito a dois.

    E de o fazer sem intervenção do estado na decisão (apesar de todos pagarmos os abortos) e sem o pai ser ouvido.

    Parece-me pouco racional e pouco justo.
    Lá chegaremos ao avanço civilizacional.
    Lembrem-se de mim, depois. :)

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